O antigo judoca português e medalhista de bronze nos Campeonatos Europeus de 2008, Pedro Dias, enfrenta uma batalha desesperada para encontrar o seu filho João (nome fictício), desaparecido há mais de um mês. No oitavo aniversário do menino, celebrado a 25 de Abril, Pedro Dias não pôde estar presente, sem ter qualquer ideia do paradeiro do filho desde então. “Tudo indica que estamos perante um caso de rapto de menores”, afirma.
O judoca português, agora com 40 anos, conheceu a mãe de João no Brasil, onde o filho nasceu. Quando João tinha dois anos, a família mudou-se para Portugal, e posteriormente, em Setembro do ano passado, para Lausanne, na Suíça. Pedro Dias desempenha funções no Comité Olímpico Internacional, na Unidade de Igualdade de Género e Inclusão.
Durante as férias escolares da Páscoa, a 7 de Abril, a família regressou a Portugal, onde adquiriu uma casa em Oeiras, numa tentativa de pacificação, dado que os desentendimentos entre o casal se tornavam cada vez mais frequentes, levando-os a procurar apoio psicológico para o filho. A mãe de João deveria regressar mais cedo à Suíça e, na véspera da sua partida, saiu para uma suposta despedida.
Pedro Dias relata que após inúmeras mensagens sem resposta, a mãe de João regressou à casa do pai dele já de madrugada, aparentemente embriagada. Após um confronto, ela saiu de casa sem proferir uma palavra. Na manhã seguinte, Pedro Dias descobriu que ela tinha levado o filho e desaparecido. “O meu irmão informou-me que ela passou o dia a planear a fuga para o Brasil com a família”, conta Pedro Dias é CMTV. “Desde então, estou em pânico… Se o meu filho entrar em território brasileiro, nunca mais o verei”, acrescenta.
Numa corrida contra o tempo, o recente emigrante apresentou uma queixa na Suíça, onde a família mantém a sua residência oficial, e iniciou o processo de regulação das responsabilidades parentais. O tribunal de Lausanne atribuiu-lhe a guarda provisória do menor e estipulou um prazo de 25 horas para que a mãe trouxesse a criança de volta à Suíça, mas até agora, mãe e filho continuam desaparecidos.
Segundo a advogada de Pedro Dias na Suíça, a mãe de João alegou estar sob proteção policial numa casa abrigo em Portugal, alegando ter sido vítima de violência doméstica. No entanto, segundo informações recolhidas pela revista SÁBADO, a alegação de que ela está numa casa abrigo é falsa.
Pedro Dias refutou as acusações de violência doméstica numa entrevista à CMTV, argumentando que as acusações foram feitas com a intenção de prejudicar a sua carreira profissional, dado que trabalha num departamento de integração feminina do Comité Olímpico.
Pedro Dias conseguiu falar com o filho via videochamada três vezes. O filho estava no escritório do advogado da mãe e não podia revelar onde estava. Embora a mãe não tenha aparecido nas chamadas, o filho confirmou a sua presença. Por vezes, o advogado interrompia a chamada sempre que as perguntas ao João não eram do seu agrado.
O judoca português acionou a Convenção da Haia sobre rapto international de menores e as autoridades suíças pediram ajuda às congéneres portuguesas para conseguir o regresso voluntário da criança a território suíço. A Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) informou o tribunal de que não obteve resposta da mãe. O caso está agora nos tribunais e o Ministério Público de Cascais apresentou uma providência cautelar de entrega do menor, com vista o regresso à Suíça.
Até ao momento, o paradeiro da mãe e do filho permanece desconhecido… A 16 de maio, uma audiência irá acontecer, com a presença ou não dos pais, no tribunal de Lausanne para discutir a guarda definitiva da criança.