Na semana passada, o serviço público suíço emitiu uma longa reportagem sobre a vida das mulheres de limpeza portuguesas na Suíça.

Esta reportagem (em francês) trata sobretudo da “reforma impossível”. Informamos ainda que é sobre o trabalho declarado.

As mulheres de limpeza têm de trabalhar longas horas para poderem ganhar o suficiente para viver na Suíça. A situação precária piorou por causa do coronavírus. Mas o que lhes acontece quando chega a altura de se reformarem? O que resta dos seus pequenos rendimentos? Após uma vida inteira de trabalho árduo na Suíça, poderão eles gozar uma reforma merecida ou serão obrigados a regressar a casa? E, além disso, será ainda a sua casa, aqueles países que deixaram jovens, forçadas a migrar por necessidade económica?

São as diferentes perguntas tratadas na reportagem realizada por Emmanuelle Bressan e Florence Fernex, filmada pouco antes da pandemia.

No final de contas, o capital de reforma é demasiado escasso para viver serenamente na Suíça. Muitas vezes, as mulheres de limpeza escolhem outro exílio, onde o tédio espreita, o tédio dos seus filhos deixados para trás na Suíça, o tédio do seu tecido social deixado para trás.