Um português de 25 anos foi julgado no Tribunal cantonal de Zurique na semana passada. A acusação de 30 páginas enumera 22 infracções diferentes, sendo a violação e a agressão sexual as acusações mais graves. De acordo com a acusação, o homem (22 anos na altura dos acontecimentos) forçou duas prostitutas a fazerem sexo oral e vaginal, em Zurique, em Junho de 2018. Além disso, de acordo com a acusação, o português sufocou, bateu e mordeu uma das duas mulheres. Roubou 200 francos a uma terceira prostituta. Seis meses antes, o homem terá violado uma amiga muito bêbada no seu apartamento.

Julgamento em 2020

No ano passado, o Tribunal distrital de Zurique condenou o homem a 13 anos de prisão e a dez anos de expulsão do país. O homem português recorreu para o tribunal superior. O acusado é filho de um homem turco e de uma mulher portuguesa e nasceu em Zurique. Começou três aprendizagens mas não terminou nenhuma delas. O seu sonho era tornar-se um profissional de saúde e trabalhar na área dos cuidados aos idosos, disse o homem quando foi questionado pelo juiz. De acordo com um relatório psiquiátrico, sofre de um distúrbio de personalidade. Existe um elevado risco de reincidência para novos delitos sexuais e violentos. Perante o juiz negou os ataques contra as vítimas. Quando o juiz lhe perguntou por que razão quatro mulheres que não se conheciam o acusavam, respondeu: “Trata-se de uma conspiração com patrocinadores desconhecidos”. Ele não deu mais pormenores.

Recurso no tribunal cantonal

O seu advogado pediu apenas uma pena de prisão parcial de dois anos para os delitos menores de droga e tráfico. “As declarações das vítimas são contraditórias e não credíveis”, disse ele. O advogado pediu uma indemnização de 93.000 francos pelo longo encarceramento – o seu cliente está na prisão desde Junho de 2018.

O Procurador falou do martírio das vítimas e pediu a confirmação do veredicto do Tribunal de primeira instância e a expulsão do país durante 15 anos. As vítimas sofreram enormemente. Ele também levantou um grande ponto de interrogação sobre a sinistra conspiração: “As declarações do acusado são vagas e ele não tem qualquer explicação”. Foi ouvido, uma vez que o Supremo Tribunal condenou o arguido a 14,5 anos de prisão, um ano e meio mais do que em primeira instância. Além disso, o emigrante luso será expulso da Suíça durante 13 anos.