A cidade de Lausanne está de luto após a morte trágica de uma adolescente de 14 anos na sequência de um acidente ocorrido na segunda para terça-feira, na zona das Plaines-du-Loup. A jovem, que não possuía carta de condução nem qualquer experiência com veículos de duas rodas, perdeu a vida depois de ter aceite dar uma volta de scooter com um rapaz de 16 anos e outras quatro amigas.

Segundo o relato da família ao jornal 20 Minutes, a adolescente — descrita como calma, carinhosa e bem-educada — nunca demonstrara interesse por motas ou scooters. O pai, ele próprio motard, afirma: «Ela não tinha scooter, não tinha carta e nunca se interessou por este tipo de veículos.»

Naquela noite fatídica, terá sido convidada por um rapaz e quatro amigas para dar uma volta e, segundo os familiares, poderá ter aceite por pressão do grupo. Pouco depois, um agente da polícia motorizada terá chegado ao local. De acordo com os relatos dos familiares, a jovem entrou em pânico ao avistar o polícia, fez meia-volta abruptamente e, ao tentar fugir, perdeu o controlo do veículo numa curva. A queda foi violenta. Gravemente ferida, acabou por não resistir aos ferimentos.

A dor é imensa entre os que a conheciam. «Ela tinha acabado de terminar o ano escolar com sucesso e íamos oferecer-lhe uma mala como presente», partilha o pai, visivelmente abalado. «Era o primeiro dia das suas férias de verão. Queria apenas ficar mais um pouco com os amigos na rua.»

Além de boa aluna, a adolescente era jogadora de futebol num clube local e participava activamente numa associação juvenil. Era muito querida na comunidade. A mãe lamenta profundamente a forma como a situação foi inicialmente tratada: «Ela não era uma delinquente, como se tenta fazer crer. Provavelmente só entrou em pânico.»

O pai reforça: «Sempre demos uma educação exemplar aos nossos filhos. Nunca fizeram nada de mal. Foi um erro de juventude que acabou numa tragédia. Nenhum pai merece passar por isto.»

Na quarta-feira à noite, familiares, amigos e colegas do clube desportivo reuniram-se para prestar homenagem à jovem, num momento de grande emoção e solidariedade.

Enquanto as autoridades continuam a investigação para apurar as circunstâncias exactas do acidente, para esta família estabelecida na Suíça há mais de três décadas, uma certeza permanece: «Tudo isto era evitável. Nunca deveria ter acontecido.»