Cerca de sessenta empregados da Soraco SA, que é activa na engenharia civil, não receberam qualquer pagamento do salário desde o início do mês de Junho. Apoiados por três sindicatos, os trabalhadores denunciaram a situação na quarta-feira. A direcção informou-os, no dia 8 de Julho, de graves problemas de tesouraria. “Mas há meses que sentimos que existem problemas, que houve despedimentos”, disse um empregado.
Direcção sem resposta
Desde da reunião do dia 8 de Julho, “tem havido silêncio radiofónico”, lamentou Martin Malinovski, do Sindicato Interprofissional dos Trabalhadores (SIT). A organização, em colaboração com a Unia e a Syna, solicitou à empresa que fornecesse garantias por escrito, bem como as contas, folhas de vencimento, lista de empregados e locais de trabalho. Em vão. O empregador “não assume as suas responsabilidades e não tem respeito pelo seu pessoal”, criticaram os sindicatos. A empresa não quis comentar o caso.
A Soraco SA apresentou também um pedido de adiamento da falência, para o dia 4 de Agosto. A Unia e o seu representante, Mathieu Rebouilleau, estão preocupados: “Isto significa que, no final, é o Estado, e portanto os contribuintes, que podem pagar”.
Trabalhadores sob pressão
A tensão é palpável. “Estamos a trabalhar sem remuneração, às nossas próprias custas”, disse um trabalhador à imprensa suíça. Outro empregado explicou: “Estou a tentar sobreviver com as minhas pequenas poupanças. Se me for embora, vou desistir do meu emprego e tenho medo de ser penalizado pelo desemprego”. Outros dizem: “Estamos a trabalhar com o coração pesado. Com um pouco de esperança?”. Até ao momento não foi possível haver confirmação por parte da Soraco SA sobre o pagamento dos salários em atraso.
