Na noite de segunda-feira, Ai Weiwei partilhou uma publicação na sua conta de Instagram, onde escreveu que lhe foi dito: “Isto é a Suíça, não é Portugal”, fazendo referência ao período em que o artista residiu em Portugal.
O artista relatou que foi impedido de entrar na Suíça após desembarcar de um voo vindo de Londres. “Passarei a noite em um banco, com um cobertor, aguardando a deportação amanhã às 06h50”, escreveu ele.
Na terça-feira de manhã, publicou um vídeo dirigindo um carro elétrico em um terminal quase deserto do aeroporto de Zurique, momentos antes de embarcar de volta para Londres. De acordo com a polícia suíça, Ai Weiwei, por ser cidadão chinês, não apresentava a documentação necessária para ingressar no país. “Nesses casos, é comum que o passageiro permaneça na área de trânsito até o voo de retorno”, explicou a polícia, ressaltando que o artista “não foi detido em nenhum momento e teve liberdade de circulação”.
Filho de um poeta respeitado na China, Ai Weiwei, de 67 anos, é um dos artistas contemporâneos mais influentes do país. Entre seus projetos mais famosos, está a colaboração na criação do estádio Ninho de Pássaro, símbolo das Olimpíadas de Pequim em 2008. Porém, após se posicionar contra o governo chinês, enfrentou perseguições, foi preso por 81 dias em 2011 e, quatro anos depois, deixou a China para viver na Alemanha.
Desde 2019, Ai Weiwei reside em Portugal com seu filho. Ele já visitou a Suíça diversas vezes para exposições e eventos culturais, sendo a mais recente em 2023.