Os eleitores suíços votarão sobre três assuntos no domingo: uma proibição de encobrir o rosto, identidade eletrônica e um acordo de livre comércio com a Indonésia.

Dez anos após o plebiscito que determinou a proibição da construção de minaretes na Suíça, os eleitores suíços são convocados às urnas para decidir mais uma questão cultural: proibir o usa da “burca”, a veste feminina que cobre até o rosto com uma rede. A proposta de mudança constitucional levada à plebiscito (iniciativa) lançada por grupos da direita inclui também uma proibição do uso de nicabes (véu que cobre o rosto e só revela os olhos), bem como outras formas não-religiosas de esconder o rosto.

Em tempos de pandemia, a campanha ocorre em um momento em que o uso de máscaras de proteção é obrigatório em espaços públicos e lança um debate sobre a liberdade religiosa, a igualdade das mulheres e receios do terrorismo.

A proposta visa proibir o uso de coberturas faciais em espaços públicos, meios de transportes, escritórios, restaurantes, lojas e até estádios de futebol. A proibição vale também para turistas. No entanto, a nova lei prevê regras especiais para espaços religiosos, por razões de saúde ou condições meteorológicas particulares. A proposta prevê também medidas para promover a igualdade de direitos e a integração das mulheres muçulmanas na sociedade.

A proposta é anterior à pandemia COVID-19, que obrigou todos os adultos a usar máscaras em muitos locais para evitar a propagação da infeção e reuniu o apoio necessário para desencadear uma iniciativa popular em 2017.

Também a França proibiu o uso de véu integral em público em 2011 e a Dinamarca, Áustria, Holanda e Bulgária proibiram total ou parcialmente o uso de coberturas faciais em público.